Não - Vai ter golpe, por Kamilo Di Lellis...

É triste o cenário político que o Brasil tem sofrido nos últimos meses por culpa de algumas irregularidades do governo Dilma Rousseff (PT) que resultaram em um pedido de impeachment por parte de uma oposição que também tem culpa no cartório. A ocasião, segundo a presidente, não passa de um golpe de Estado para tomar o poder, uma vez que fracassaram nas urnas. Será esse um golpe?

Que tal voltarmos no tempo, especialmente aqueles que viveram o período de retorno à democracia, onde o primeiro presidente eleito pelo povo, Fernando Collor de Mello (PTC), devido a seus esquemas de corrupção também sofreu impeachment. Na época, então militante partidário, o ex-presidente Lula participou sendo a favor do impeachment, que hoje ele considera golpe. Coerência ou não do ex-presidente?

Mas, há uma diferença no qual se explica o termo “golpe”. Em 1992, mesmo com todas as provas, o presidente da câmara, Ibson Pinheiro, não tinha passagem pela corrupção, além de que o nome de Collor estava presente em todos os esquemas, diferente do caso atual, onde o nome da Dilma não apareceu em nenhuma denúncia, mesmo que nomes como Eduardo Cunha (PMDB) e de outros líderes estejam. Isto seria um golpe.

Para completar ainda mais, não se esqueçam que em caso a presidenta saia, quem assume é seu vice, Michel Temer, também colega de partido do presidente da Câmara, o PMDB, partido que nunca antes conseguiu eleger nenhum presidente da república. Com Michel assumindo, seu partido ganha total poder no país, e para completar, o que esperar do partido que está em segundo colocado no ranking de corrupção, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE)?

Para facilitar, eu comparo esse ato com a história do Cavalo de Troia, onde um exército de gregos conseguiu se infiltrar em Troia. Os troianos pensavam se tratar de um presente. Quando foi a noite, o exército inimigo saiu do cavalo de madeira e começou a saquear toda Troia. Não vejo exemplo melhor para explicar a situação política do país.

Não se esqueçam, temos o poder para mudar o país, mas estamos perdendo esse poder para a mídia manipuladora.

Por Kamilo Di Lellis para Hora do Vale