Governo investe R$ 30 bilhões em agricultura familiar...


O governo federal anunciou nesta terça-feira (3) a liberação de R$ 30 bilhões para o Plano Safra da Agricultura Familiar 2016-2017. Os recursos estarão disponíveis a partir de julho. O anúncio aconteceu em cerimônia no Palácio do Planalto que contou com a participação da presidenteDilma Rousseff e do ministro do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias.

O total de recursos previsto para o novo Plano Safra equivale ao valor pedido a Dilma na semana passada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) e supera os R$ 28,9 bilhões do plano do ano passado – segundo o governo, até agora foram contratos R$ 22 bilhões.

A liberação de recursos acontece poucos dias antes de o Senado analisar a admissibilidade do processo de impeachment contra Dilma. Se for aceito, a presidente será afastada do cargo por até 180 dias.

Mais cedo nesta terça, o governo criou uma comissão da verdade para apurar crimes contra sindicalistas entre 1946 e 1995. No domingo, a presidente já havia anunciado, em ato da Central Única dos Trabalhadores (CUT) em comemoração ao 1º de Maio, em São Paulo, ajuste médio de 9% para beneficiários do programa Bolsa Família.

No mesmo evento da CUT, a presidente também anunciou mais 25 mil moradias para o programa Minha Casa Minha Vida Entidades, prorrogação de contratos dos profissionais do Mais Médicos e aumento da licença-paternidade para funcionários públicos. Ela também propôs a correção da tabela do Imposto de Renda para pessoa física em 5%.

Taxas de juros
Segundo o governo, a prioridade do plano safra é a produção de itens agroecológicos e de produtos que integram a cesta básica de alimentos. “Além do crédito específico, o Plano Safra da Agricultura Familiar reúne um conjunto de políticas públicas contínuas para fomentar a organização econômica e a sustentabilidade no meio rural”, acrescentou.

De acordo com o governo, os juros serão de 2,5% para agricultores familiares, além de criadores de gado leiteiro, abelhas, peixes, ovelhas e cabras. A mesma taxa vai valer para os agricultores que tiveram acesso ao Pronaf Mais Alimentos para investir em “práticas sustentáveis” de manejo do solo e da água, e produção de energia renovável.

Para assentados da reforma agrária, a taxa de juros permanece em um patamar de 0,5% a 1,5% ao ano. Nas demais operações, a taxa será de 5,5% ao ano.

No plano do ano passado, os juros variavam de 0,5% a 5,5% para agricultores familiares de baixa renda. Em regiões de semiárido, os juros variavam de 0,5% a 4,5%. As taxas para médios produtores familiares foram de 7,75% para custeio e 7,5% para investimento.

“O Plano Safra da agricultura familiar 2016-2017 mantém este compromisso de continuarmos avançando não só mantendo o que  já foi conquistado como dando novos e importantes passos em direção a um projeto de desenvolvimento rural sustentável, com base na agricultura familiar e na reforma agrária como principais fornecedores dos alimentos que promovem a segurança alimentar dos brasileiros”, disse o ministro do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias, durante a cerimônia.

Limites e benefícios
Segundo o Ministério do Desenvolvimento Agrário, os limites de crédito das operações de custeio em 2016 passarão de R$ 100 mil para R$ 250 mil. Já nas contratações de investimento, os valores passarão de R$ 150 mil para R$ 330 mil.

O plano safra para agricultura familiar também contempla um seguro-agrícola com proteção de 80% da renda bruta esperada, com limite de cobertura da renda líquida de até R$ 20 mil e ampliação da cobertura do seguro para estimular a produção de hortaliças, informou o governo.

O governo informou que o plano também engloba a garantia para o atendimento de 1,35 milhão de famílias agricultoras que moram na área de atuação da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene). O benefício, de acordo com o Ministério do Desenvolvimento Agrário, é de R$ 850 por agricultor.

Há ainda a previsão de R$ 300 milhões para 100 mil mulheres assentadas da reforma agrária. Já para os povos e comunidades tradicionais, existe a previsão de assinatura de decretos de regularização de territórios quilombolas; R$ 6 milhões para apoiar o desenvolvimento de cadeias produtivas do extrativismo e R$ 50 milhões para as populações extrativistas.

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