Cotado para relatar 'Caso Bolsonaro' , paraibano deve inocentá-lo de apologia à tortura...


Um dos três cotados para relatar a acusação de apologia à Tortura contra o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ), no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, o deputado paraibano, Wellington Roberto (PR), se escolhido, deve inocentar o colega da acusação. Pelo menos foi isso que ele deixou transparecer, em entrevista, na Paraíba, em um evento do Governo do Estado, nesta segunda-feira (04).

Para Roberto, o deputado Jair Bolsonaro não cometeu crime, até porque não participou das torturas feitas pelo general que ele homenageou, quando proferiu o voto na sessão de admissibilidade do impeachment da presidente Dilma.

“Eu não vou cometer injustiça. Estamos sendo lembrados para ser o relator do caso Bolsonaro e se eu for escolhido na verdade eu vou ser justo. O que existe foi que quando ele proferiu o voto, ele fez um elogio a um general que praticou tortura, eu acredito que ele não era nem nascido em relação àquelas torturas, porque apesar dele ter ciência das práticas, ele não participou das torturas. É uma situação que na verdade você vai cometer uma injustiça. Da mesma forma que não sou contra a posição de Jean Willys, que faz uma oposição radical e não está sendo alvo de nenhum processo devido a postura que teve contra Jair Bolsonaro”, defendeu.

Além de Wellington Roberto também são cotados para relatar o processo os deputados Zé Geraldo (PT-PA) e Walmir Prascidelli (PT-SP).

ENTENDA

Ao proferir o seu voto na votação da abertura do processo de impeachment na Câmara, realizada no dia 17 de abril, Bolsonaro disse: “Pela memória do Coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, o pavor de Dilma Rousseff”.

Em nota divulgada, Bolsonaro disse que a abertura do processo de cassação não deve resultar em sanção contra ele. Na visão do deputado do PSC, ele apenas deu uma opinião ao falar de Ustra, o que, segundo ele, é um direito assegurado a parlamentares. "O assunto, por demais conhecido, foi a referência que fiz ao Cel Brilhante Ustra ao proferir meu voto na sessão de impeachment da Presidente Dilma e que, certamente, não deverá motivar qualquer sanção, já que se trata de opinião de parlamentar, proferida em plenário da Câmara dos Deputados", escreveu o parlamentar do Rio em trecho do comunicado.

Para o PV, autor da representação contra Bolsonaro, a forma como o deputado se referiu a Ustra constitui uma “verdadeira apologia ao crime de tortura”. A representação contra Bolsonaro foi protocolada no dia 26 de abril, mas o processo não pôde ser instaurado antes porque a pauta do Conselho de Ética estava trancada pelo processo de cassação do presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).



Márcia Dias

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