Detenção de seis adolescentes em Piancó nessa segunda exibe um drama que poucos enxergam...


A prisão de um jovem de 18 anos em situação de rua e a apreensão de cinco menores em vulnerabilidade, entre os quais uma criança de 7 anos, nessa segunda-feira, 18, acusados de furtar dois botijões de gás e um aparelho de som de uma granja nas imediações da cidade, vão além de um fato meramente policial e exibem a grave injustiça social que vive Piancó, um drama humanitário que poucos enxergam.

A cidade tem hoje, como há muito tempo, várias crianças e adolescentes em situação de rua ou em grave vulnerabilidade em função da degradação familiar pela extrema pobreza ou dependência química de droga ou álcool. Muitos desses meninos e meninas também são vítimas de abandono familiar e profunda exclusão social, levando-os ao crime, à prostituição e às drogas muito cedo.

Embora o Estatuto da Criança e Adolescente obrigue o poder público municipal a dar amparo e apoio às crianças e adolescentes em vulnerabilidade, garantindo-lhes moradia, assistência educacional e nutricional, nada é feito e a marginalidade leva ao delito, principalmente patrimonial, mas nem a Prefeitura nem os órgãos que deveriam reclamar os direitos de meninos e meninas se manifestam efetivamente e, diante dessa negligencia, os dramas sociais se multiplicam e se transformam em fatos policiais. “Quando a criança ou adolescente está jogado na rua sem comida e sem amparo ou sofrendo abandono familiar, ninguém enxerga, mas quando esse menino comete qualquer ato infracional em função de sua precária condição de vida, todos atiram pedras, transformam-se em número policial e é destaque na imprensa”, comenta em nota a fundação humanitária José Francisco de Sousa.

No caso dos menores apreendidos, com idades entre 7 e 15 anos, todos foram liberados, mas responderão a procedimento especial na Justiça, com exceção dos menores de 12 anos, pois somente a partir dessa idade é que podem ser processados e internados, dependendo da gravidade do delito, por determinação judicial.

Já com relação ao maior preso, José Walisson Belo, conhecido como Alisson de Gauba, ele completou 18 anos no último dia 1º e, por isso, foi atuado por furto qualificado e exploração de menores para prática delitiva pelo delegado José Pereira. O jovem foi recolhido à cadeia, e tem um histórico de delitos de furtos na cidade, mas também sempre foi vítima da exclusão social e vive em situação de rua e vulnerabilidade desde a infância.

Do Folha do Vali copiado do portaldovale

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Oleh