Na Paraíba: Professora denuncia bispo por preconceito...


Uma professora da cidade de Assunção, no Cariri Paraibano, denunciou na manhã desta segunda-feira (1º) ter sido vítima de preconceito por parte do bispo diocesano de Patos,Eraldo Bispo da Silva. De acordo com a professora Gislaine Fernandes, que prestou queixa na Central de Polícia em Campina Grande, o religioso fazia uma visita à escola onde ela leciona e teceu comentários, considerados preconceituosos contra ela.

A docente acredita que a causa seja um piercing e algumas tatuagens usadas por ela. Em nota assinada por quatro padres, a Diocese de Patos nega a versão de Gislaine e diz “que o acontecimento não teve elementos que ofendessem a dignidade profissional e individual da professora”.

O Caso aconteceu na manhã última sexta-feira (29,) na Escola Estadual João Rogério Dias de Toledo, durante a visita de Dom Eraldo. Conforme a professora, os alunos e demais profissionais da escola se reuniram em uma sala para recebê-lo. “Ele começou falando de valores de respeito e de globalização e eu estava de acordo com a fala dele no princípio. Aí ele pede pra um aluno se aproximar e faz uma crítica porque ele tinha luzes e usava uma calça rasgada”, comentou.

Ainda de acordo com o relato da professora, o bispo teria perguntado se havia alguma professora no local. “Ele se aproxima de mim e pergunta: e esse arame na venta? Aí foi tecer a trama do preconceito. Do piercing, ele partiu para a questão das tatuagens. Ele disse que não era bom exemplo e que valia julgar as pessoas pela aparência e foi falar de acontecimentos de Patos, onde foi fazer visita a um bairro perigoso. Aí ele foi dar o exemplo dos marginais tatuados da cidade”, destacou. O fato repercutiu nas redes sociais.

também era marginal o bispo teria afirmado que a professora era mau exemplo, “Eu tenho 15 tatuagens e cinco delas são passagens bíblicas. Ele disse que isso mostra que eu sou religiosa, mas é mau exemplo e que a escola tem que ensinar pra vida”, completou.


Gislaine prestou queixa na Central de Polícia em Campina Grande e pretende entrar com um processo de representação contra o bispo, no Ministério Público para que ele se retrate dos comentários preconceituosos. “Ele tentou falar comigo, mas eu acredito que estava alterada e que não teríamos uma boa conversa e dei as costas e disse que não tinha tempo porque tinha horários a cumprir. Ele falou em alto e bom som que eu não tinha educação nem para mim nem pra dar a filho de ninguém”, relatou.

A professora se diz católica, mas não é praticante da religião. “A gente vive em um mundo que tem que pregar o amor. Com a situação que vivemos, com atos terroristas, que tem na base as questões religiosas, aí vem uma situação como essa. Os alunos ficaram indignados e mostraram total apoio a minha pessoa. Acredito que ele foi infeliz nas colocações dele e deveria repensar realmente a prática dele. O que ele fez não condiz com o que o papa Francisco prega” finalizou.

A Diocese de Patos divulgou uma nota, assinada por quatro padres que fazem parte da Forania Cariri. “A partir desse fato, um dos colegas da professora resolveu expor a sua versão nas Redes Sociais o que gerou inúmeros comentários distorcidos da realidade e desrespeitando o Bispo Diocesano”, diz parte da nota.

A reportagem do JORNAL DA PARAÍBA entrou em contato dom a Diocese de Patos, que disse não estar autorizada a repassar os contatos de Dom Bispo.

Confira a nota na íntegra

Nós, Padres: Sebastião Gonçalves da Silva, (Vigário Paroquial da Paróquia de Assunção), Pe. Luciano Dias de Morais (Pároco da Paróquia de Taperoá), Pe. João Saturnino de Oliveira (Pároco da Paróquia de Assunção) e Pe. Jerinaldo Inácio de Lima (Pároco da Paróquia de Livramento), vimos por este meio esclarecer os fatos que têm gerado muitos comentários nas Redes Sociais.

Esclarecemos que durante a visita pastoral e missionária do Bispo Diocesano de Patos, Dom Eraldo Bispo da Silva à Escola João Rogério Dias de Toledo, na cidade de Assunção-PB, o mesmo, falando à Comunidade Escolar sobre o processo de globalização dos valores, citou o exemplo de estilos e modas globais como o uso de tatuagens. Esse fato gerou um debate de opiniões divergentes e interpretativas entre o Bispo e uma das professoras presentes.

Após o fato, ela se retirou e foi à sala dos professores. Ao final do encontro coletivo, Dom Eraldo foi agradecer a Direção da Escola pela acolhida, momento em que reencontrou a professora Gislayne Fernandes e tentou com ela retomar o diálogo sendo que a mesma se negou.

A partir desse fato, um dos colegas da professora resolveu expor a sua versão nas Redes Sociais o que gerou inúmeros comentários distorcidos da realidade e desrespeitando o Bispo Diocesano.

Nós, abaixo assinados, padres da Forania do Cariri, entendemos que o acontecimento não teve elementos que ofendesse a dignidade profissional e individual da professora.

Pe. João Saturnino de Oliveira.

Pe. Sebastião Gonçalves da Silva.

Pe. Luciano Dias de Morais.

Pe. Jerinaldo Inácio de Lima.

Jornal da Paraíba

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