Pastor que teve a casa alvejada a tiros diz que foi vítima de intolerância religiosa, no Vale do Piancó...


Autuado em flagrante pela delegada plantonista Darcinaura Alves por tentativa de homicídio e porte ilegal de arma, o pedreiro José Marques Vital, conhecido como Liro, que é de Ibiara, mas reside há muito tempo em Diamante, foi recolhido à cadeia de Itaporanga no começo da noite desse domingo, 24. Na véspera de Natal, um ato de intolerância religiosa que, por pouco, não terminou em tragédia.

Ele havia sido detido em flagrante por policiais militares no final da noite anterir, instantes depois de disparar duas vezes contra a janela do banheiro da casa do pastor Francisco Leite de Sousa Júnior, da Igreja Batista Nacional. Os projetis quebraram o vidro e alcançaram o interior da casa, mas ninguém ficou ferido. "A intenção dele era me mantar, tanto que armou uma emboscada contra mim e só não me pegou a caminho de casa, porque a polícia me escontou, mas, depois que os policiais sairam, ele voltou à minha casa e atirou duas vezes contra minha residência, pondo em risco não apenas minha vida, mas também a vida de meus dois filhos pequenos, um deles com apenas 8 meses, a de minha esposa e de minha mãe", comentou o religioso durante contato com a Folha na tarde desta segunda-feira, 25, ao narrar que viveu momento de terror ao lado da família, já que, além dos tiros, o homem gritava "saia pastor para eu lhe
matar" 

Pastor Júnior, como é popularmente conhecido e que está há dez anos em Diamante, contou que fez um culto campal enfrente à igreja na noite do sábado, momento em que também distribuiu presentes para as crianças pobres. "A mãe dele mora ao lado da igreja e, inclusive, as filhas dele participam da nossa escola, que é um dos projetos sociais da igreja, mas o homem ficou injuriado com o culto, e começou perturbar e me ameaçar, foi quando os policiais chegaram e o tiraram do local, mas, depois que os policiais saíram e o culto se encerrou, ele se armou e fez uma tocaia para tentar me pegar, tudo isso por pura intolerância religiosa, por não concordar com nossa pregação", disse o religioso ao desabafar:"eu só faço o bem, inclusive às própria filhas dele, e o pagamento que ele me dar é fazer uma coisa dessa contra mim e minha família".

O pastor conta que precisou ser escoltado até sua casa pela polícia após o culto e, quando já estava no interior de sua residência, um membro da igreja ligou para ele afirmando que o homem estava armado e seguia em direção à sua casa. "Foi aí quando eu e meus familiares nos escondendo dentro de casa e a único local que ficou com a luz acesa foi o banheiro, então ele imaginou que tinha gente lá dentro e atirou. Neste momento, eu já tinha ligado para a polícia, e, imediatamente, a polícia chegou e o prendeu, mas temo que ele seja solto logo e volte a atentar contra minha vida e de minha família", enfatizou o religioso, que é natural de Patos.

Em depoimento à delegada, o homem contou que bebe apenas uma vez por ano, mas, quando se embriaga, perde o controle emocional. “Ele disse que era amigo do pastor e tentou justificar o disparo contra a casa do religioso com o argumento de que estava bêbado e teria ficado insatisfeito pelo fato da polícia ter sido chamada para tirá-lo do local”, comentou a delegada. No caminho entre a delegacia e a cadeia, já depois da lavratura do flagrante, Liro disse informalmente aos policiais que "só queria dar um susto no pastor", ou seja, não tinha a intenção de feri-lo, versão que não convenceu os agentes. Ele deverá ser submetido a audiência de custódia nesta terça-feira, quando a Justiça vai decidir se mantém ou não sua prisão.



Fonte: Folha do Vali copiado do VPN

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Oleh