Promotoria de Itaporanga abre inquérito para investigar empréstimo bancário irregular...


O promotor da comarca de Itaporanga, Reynaldo Di Lorenzo Serpa Filho, abriu inquérito civil para investigar possível irregularidade em um empréstimo consignado no benefício previdenciário de um idoso, que procurou a Promotoria para se queixar que não havia autorizado nem assinado o contrato bancário. Esse tipo de crime contra aposentados é algo corriqueiro na região, mas não há conhecimento de punição para quem usa desse expediente. Em muitos casos, os bancos são coniventes ou usam de má-fé, já que o mercado do crédito consignado é um dos mais lucrativos para eles.

Por serem pessoas humildes e sem esclarecimentos, os aposentados rurais são o alvo preferencial de golpes, especialmente empréstimos fraudulentos, muitos dos quais realizados por familiares dos próprios aposentados sem seu consentimento nem conhecimento, e, em muitos casos, com o auxílio indevido de agentes de crédito geralmente a serviço dos bancos privados.

Mas há casos em que os empréstimos irregulares são de responsabilidade do próprio banco, porque um dos grandes problemas hoje do crédito consignado para aposentados rurais é que os contratos têm renovação automática, ou seja, antes mesmo dele encerrar o empréstimo ou poucos dias depois do encerramento, um novo dinheiro já está em sua conta a juros e prazos a perder de vista, um abuso bancário contra os idosos.

E até aposentados mais esclarecidos terminam também sendo vítima. Foi o que ocorreu com uma ex-professora do antigo primário de Piancó. A idosa, que tem mais de 70 anos, afirmou que concluiu, no ano passado, o pagamento de um empréstimo feito por ela em um banco de Itaporanga, mas, quando foi receber o benefício no mês seguinte, não conseguiu sacar a aposentadoria integral: a parte que estava faltando era o desconto de um outro empréstimo iniciado sem sua autorização.

Desesperada, começou uma luta para provar junto ao banco que não tinha autorizado o empréstimo e, se este não solucionasse o problema, também buscaria a Justiça para reaver seus direitos, mas nem todos têm condições e esclarecimentos suficientes para conseguir acesso ao judiciário e terminam pagando por um dinheiro do qual não usufruíram.

O empréstimo consignado nasceu com uma lei de iniciativa do Governo Federal em 2003, mas, 15 anos depois, essa modalidade de crédito tem sido mais benéfica para os bancos do que para os aposentados, a maioria deles hoje endividada pelos empréstimos e pagamento de taxa de manutenção de conta-corrente ou seguros indevidos, ou seja, não autorizados pelo beneficiário.

Fonte Folha do Vali

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Oleh