O ano está perto do fim e ficará marcado na história como sendo de muitas dificuldades econômicas provocadas pela pandemia. Empregos foram perdidos, empresas fecharam as portas, servidores públicos tiveram os salários congelados. Mas ao que parece, para a Mesa Diretora da Câmara de Vereadores da cidade de Patos, no Sertão do Estado, tudo está dentro da normalidade.
Na cidade, onde até bem pouco tempo a prefeitura acumulava uma dívida milionária e não conseguia pagar a fornecedores, os vereadores estão propondo um aumento de R$ 10 mil no salário do prefeito para os próximos anos.
Pelo projeto o salário do prefeito que hoje é de R$ 17 mil passará a ser de R$ 27 mil. O do vice-prefeito e dos secretários municipais, que hoje é de R$ 7 mil, passará a ser de R$ 13,5 mil – 50% da remuneração do prefeito.
A justificativa para o reajuste é o fato de que desde 2009 os salários não são reajustados. O que os autores do projeto não observaram, talvez, é que caso a proposta seja aprovada ela vai colocar o salário do prefeito de Patos num patamar mais elevado que os dos gestores de Campina Grande e da Capital do Estado.
Hoje, o prefeito de Campina Grande recebe R$ 20 mil. Em João Pessoa o salário é de R$ 22 mil.
O projeto foi apresentado no dia 19 do mês passado, quatro dias após a eleição municipal. Ele foi encaminhado para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e aguarda um parecer da Procuradoria da ‘Casa’. Após isso deverá ir ao Plenário.
A proposta, considerando os tempos atuais, é um despautério. É brincar com as contas e interesses de uma população sofrida, que tenta sobreviver a um ano de dificuldades e de pandemia.