PF diz que ordem de prender suspeito de matar família na Espanha é inválida...


A Polícia Federal informou que não tem validade no país a ordem judicial emitida na Espanha contra o sobrinho suspeito do assassinato e esquartejamento de Juliana Diniz, Marcos Nogueira e os dois filhos do casal, até que haja uma homologação feita por tribunal superior brasileiro. Até esta quarta-feira (5) o jovem apontado pela polícia espanhola como autor do crime ainda não teve mandado de prisão expedido no Brasil.

Na terça-feira (4), a Justiça espanhola emitiu uma ordem de prisão europeia e internacional contra o jovem. O ministro de Interior da Espanha, Jorge Fernández Díaz, deu por "esclarecido" o quádruplo assassinato e descartou a possibilidade de que os crimes tenham relação com o tráfico de drogas ou o crime organizado.

A ordem só tem validade se chegar às autoridades brasileiras, informou a assessoria da PF. Para que isso aconteça, a PF explica que é necessária uma troca de informações entre as polícias dos dois países. A partir do momento em que são apresentadas provas sobre a autoria do crime, a Polícia Federal brasileira é acionada.

A família de Janaína Diniz, paraibana que foi esquartejada na Espanha ao lado do marido Marcos Nogueira e dos dois filhos, acredita que o principal autor do crime seja François Patrick Gouveia, sobrinho de Marcos. "Nós, da família de Janaína, sempre acreditamos que ele era o autor do crime”, disse Pedro Rafael, primo da paraibana. A desconfiança é gerada por mensagens enviadas pela própria Janaína para a família, que, na avaliação dos parentes, revelam que ela tinha medo do rapaz.

O advogado Eduardo de Araújo, informou ao G1 na terça-feira (4), enquanto representante da família de Patrick, que ele se apresentou espontaneamente à polícia e nega a autoria do crime.

Em uma nota emitida na terça (4), o Superior Tribunal de Justiça da região de Castilla-La Mancha disse que, no último 22 de setembro, foi dada "uma ordem de detenção europeia e internacional contra uma pessoa, da qual existem indícios racionais de criminalidade relacionados com os fatos". O texti emitido indica que "sabe-se que ele deixou a Espanha em 20 de setembro, tendo suspeitas de que pudesse estar no Brasil".

O G1 entrou em contato com a assessoria de comunicação do Supremo Tribunal Federal (STF), que informou que a decisão de homologar a ordem de prisão deve ser feita pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). A assessoria deste, no entanto, não soube informar à reportagem se chegou ao tribunal qualquer documento com este teor.

Relembre o caso
Os corpos do casal e das duas crianças foram encontrados esquartejados no dia 18 de setembro, na casa onde eles moravam, a cerca de 60 km de Madri. Os investigadores calculam que os corpos se encontravam na casa há cerca de um mês.

As autoridades foram alertadas por um vizinho "que percebeu o odor" procedente da residência, segundo a polícia. De acordo com a imprensa espanhola, os corpos esquartejados foram achados em bolsas de plástico fechadas com uma fita adesiva.

Os agentes não encontraram sinais de que os assassinos tenham forçado a entrada na casa da família. "A entrada não foi forçada, nem qualquer tipo de janela, porta, nada", indicou o porta-voz da Guarda Civil. Vários vizinhos entrevistados indicaram que a família alugava a casa e que foram pouco vistos desde que se mudaram para lá no final de julho.

"O que está claro é que a forma com que os corpos foram achados indica uma intenção de não deixar pistas e depois se desfazer deles", afirmou Jesús García, tenente-coronel e investigador da Guarda Civil. "Dá a impressão de que algo foi abortado em um determinado momento, porque não é lógico que os cadáveres ficassem ali, dentro de casa", acrescentou.

G1

POSTAGENS RELACIONADAS

PF diz que ordem de prender suspeito de matar família na Espanha é inválida...
4/ 5
Oleh