Em ano eleitoral prefeituras do Vale do Piancó aumentam despesas com obras e propaganda nas redes sociais e no rádio...


Os relatórios financeiros de algumas prefeituras do Vale do Piancó no primeiro quadrimestre de 2016, comprovam o que está bem visível para quem mora nessas cidades: muitos gastos com obras urbanísticas e mais "propaganda" sobre essas realizações nas redes sociais. Enquanto as despesas totais empenhadas cresceram em relação ao mesmo período de 2015, os gastos com urbanismo subiram em algumas prefeituras, cerca de 9,2%. E as despesas administrativas – que incluem a comunicação social –, aumentaram  quase 18,1%.

Considerando apenas a "propaganda" (Rádios, Blogs, Sites), a alta foi de quase 50% (49,2%) em algumas administrações. Esse tipo de despesa costuma aumentar nos primeiros meses de anos eleitorais. Em 2012, quando também houve disputa municipal, houve  variações no mesmo período. As prefeituras alegam que a lei restringe gastos com propaganda no segundo semestre. 

Nas áreas com influência direta na vida de cidadão, as que receberam mais verbas na comparação com o ano passado foram Infraestrutura e Saúde. Mas essas áreas representam uma porcentagem muito pequena de tudo o que foi gasto. Por outro lado, a habitação, esporte e lazer e a área de trabalho receberam menos verbas. 


O professora da PUCPR em recente matéria de nível nacional, disse que “Obedecendo aos parâmetros legais de investimentos mínimos, é possível aumentar ou diminuir os recursos em algumas áreas por determinado momento”. “Historicamente, no Brasil, é muito comum que nos anos eleitorais ocorra a destinação de mais verbas para obras mais visíveis, como as urbanísticas”, acrescenta. 

Esse comportamento ocorre em outras esferas de governo. Segundo o estudo Nível de Investimento Público Estadual de 2000 a 2009, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), há uma concentração maior de investimentos nos anos eleitorais. 

“Por um lado, para o cidadão é bom, porque ao menos as obras estão sendo feitas. Mas também pode-se questionar por que é que essas obras não foram executadas ao longo de quatro anos, e se concentram na reta final dos mandatos”, diz Rezende. Segundo ele, a propaganda acaba se tornando um “direito embutido” para quem comanda a máquina governamental. “A oposição só vai poder se mostrar  quando começar a disputa. Até lá, há esta brecha legal para quem ocupa o cargo fazer a propaganda. É uma coisa legal, prevista, mas não deixa de ser imoral.”


Fonte: Gazeta do Povo/PR

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Oleh