Apaixonados há 40 anos, idosos finalmente casam, na Paraíba; vejam fotos...

Carlos Eduardo Cunha e Maria do Socorro Estrela viveram um romance intenso na juventude, em meados dos anos 70, na Paraíba. Passaram pela fase da paquera, namoraram, conseguiram enfrentar um relacionamento à distância, mas, mesmo assim, o contexto da época os separou: a desaprovação da família, outra mulher, um filho, uma vida pela frente. Porém, nada disso impediu que, 40 anos depois, Kadu e Corrinha oficializassem essa união tão esperada diante de familiares e amigos, no sábado (23), em João Pessoa.

Quando se conheceram, Kadu e Corrinha tinham apenas 20 anos e estavam entrando na faculdade. Ele ia cursar agronomia e ela, zootecnia, ambos no campus da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), em Areia. Os dois estavam fazendo a pré-matrícula, em 1977, quando se viram pela primeira vez. Uma cena nunca esquecida por corrinha, mesmo 40 anos depois.


“Ele era do Rio de Janeiro e fez vestibular pra cá. Uma amiga nos apresentou. Quando eu vi pela primeira vez, já senti uma ‘coisa’. Era despojado, bem estiloso, tinha o cabelo encaracolado, óculos de John Lennon. Pensei ‘que cara bonito, mas ele não vai olhar nem na minha cara’”, lembrou Corrinha. 

Como os dois moravam nos alojamentos da faculdade, sempre se viam nas aulas e eventos do campus. Ela o encontrava na biblioteca, pegava carona no buggy que ele dirigia, cursavam disciplinas em comum, mas Corrinha não nutria o sentimento porque achava que ele não tinha interesse.

Foi numa festa no campus que o romance teve início de fato. Corrinha foi para uma festa da Semana de Artes com as amigas, esperando encontrar outro garoto com quem estava paquerando. Todas as amigas esperavam que ela fosse namorar o outro rapaz, mas logo no começo da festa Kadu chegou inesperadamente e a chamou para dançar.


“Estava tocando uma música [‘It's A Heartache’, de Bonnie Tyler] que inclusive está na trilha sonora do nosso casamento. A festa tava toda dançando, e ele dando cheirinho em mim. Parecia que só tinha eu e ele no salão, eu não via mais ninguém. No fim da festa, ele me acompanhou até o alojamento e perguntou ‘Você quer ser meu brotinho?’. E eu disse ‘quero’”, contou.

No fim do ano, o casal teve que enfrentar a distância, o primeiro empecilho para o relacionamento. A universidade ofereceu a possibilidade de mudança de cursos e Kadu aproveitou para pedir transferência para engenharia elétrica. Porém, o curso era ministrado em Campina Grande, a 50km de Areia. Mas a distância não intimidou o casal, que continuou se encontrando eventualmente e trocando cartas.

Kadu e Corrinha estavam perto de completar dois anos de relacionamento quando tiveram que enfrentar a desaprovação da família. Corrinha contou que Kadu quis levar o relacionamento adiante, a pedindo em casamento. Porém, ela teve medo de ter que largar a faculdade e acabou o namoro. O término, porém, não os separou definitivamente. Sempre que estavam na mesma cidade, os dois largavam tudo para se encontrarem.


“Quando ele arrumou uma namorada, eu não quis saber mais dele, não procurei mais. Em novembro de 79, eu comecei a namorar. Mas ainda era apaixonada por ele. Eu tava esquecer, procurava em outra pessoa alguma coisa dele, mas não achava”, disse Corrinha.

Na véspera da virada do ano de 79 para 80, Kadu apareceu em Sousa, cidade onde a família de Corrinha mora, para passar o réveillon com ela. Com o reencontro, a jovem ficou decidida a enfrentar a família para viver com ele, mas continuar esse relacionamento não seria tão fácil. Kadu revelou que ia ter um filho e que havia casado dias antes.

Depois disso, cada um tomou seu rumo. Corrinha casou e teve dois filhos. Kadu continuou casado e teve mais três filhos. Apenas em 2014, quando ambos já estavam divorciados, eles se reencontraram.

“Eu casei, mas nunca esqueci dele. Sonhava com ele, mas sem saber notícia dele. Na época do Orkut, ele me mandou uma mensagem. ‘Você continua linda, com o mesmo sorriso de sempre’. Mas não adicionei, era casada na época”, lembrou.

No final de 2013, depois do fim do casamento de Corrinha, uma amiga dela a enviou o link para o Facebook de Kadu, dizendo que era o amor da vida dela. “Ele estava divorciado, mas não adicionei. Sabe aquele medo de ele não me querer? Em janeiro de 2014, abri o Facebook dele e mandei uma mensagem com uma declaração de amor e coloquei meu celular, mas ele não respondeu”, contou.

Foi apenas quatro meses depois que ela recebeu uma resposta de Kadu. No dia do aniversário dele, Corrinha começou a receber ligações de um número desconhecido. Pensando que era um golpe, se recusou a atender no início. Mas após muita insistência, descobriu que do outro lado da linha, direto do Acre, quem falava era o amor da sua vida.

“Demorei a ver a mensagem. Quando eu estava realmente disponível para responder, liguei de volta. Fiquei muito feliz porque teria o contato dela, que eu tinha perdido há anos”, revelou Kadu. “Passamos 40 minutos conversando. Desde esse dia, a gente não passou um dia sem trocar telefonema, mensagem ou e-mail”, recordou Corrinha.

Em 2015, os dois trocaram alianças de compromisso. No seguinte, Kadu conseguiu transferência para João Pessoa no trabalho. Depois de mais um ano, os dois se casaram. “Foi tudo tão rápido, foi coisa de Deus”, disse Corrinha.

“Eu me arrependo de não ter brigado com minha família pra ficar com ele, de ter dito não a ele. Mas hoje eu tenho dois filhos maravilhosos. Talvez não fosse a época da gente”, reconheceu.

Mesmo depois da longa espera, Kadu também considerou que a volta do relacionamento foi um momento muito especial. “A alegria maior foi realmente reencontrá-la. Foi muito lindo, fiquei muito feliz em ficar perto dela. E daí fomos crescendo, amadurecendo a nossa linda relação”, contou o noivo.

Fonte: G1PB



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