Prefeitos têm prazo para acabar com lixões em cidades paraibanas...


O Ministério Público da Paraíba (MP-PB) apresentou, em reunião nesta segunda-feira (24), uma alternativa para os 19 prefeitos da região litorânea evitarem o processo criminal por causa da poluição ambiental provocada pelos lixões. Os gestores que assinarem o acordo de não-persecução penal até o dia 11 de outubro terão um ano para deixar de jogar resíduos a céu aberto, livrando-se de uma denúncia que pode culminar com bloqueio de bens, inelegibilidade e até prisão. O MP também está propondo termos de ajustamento de conduta (TACs) para que, no prazo de cinco anos, os municípios reparem as áreas degradadas.

A reunião foi aberta pelo procurador-geral de Justiça (PGJ) do MPPB, Francisco Seráphico Ferraz da Nóbrega Filho, que destacou a parceria com o Ministério Público Federal (MPF), com a Superintendência do Meio Ambiente (Sudema), o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) e a Federação das Associações de Municípios da Paraíba (Famup), que discutiram, nos últimos meses, a problemática e os termos do acordo que foi proposto aos municípios.

O PGJ disse que a ideia do acordo nasceu depois de ter estado em vias de denunciar um prefeito pela degradação ambiental provocada por um lixão e perceber que quase a totalidade dos gestores da Paraíba se encontravam em situação semelhante. Seráphico lembrou que, desde 2010, a Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei 12.305/10) já estabelecia que, em quatro anos, não poderia mais haver nenhum encaminhamento de resíduos sólidos para lixões.

“Assistimos no Estado da Paraíba, hoje, apenas 12% dos municípios atenderem a essa legislação. O projeto do Ministério Público visa extirpar os lixões da Paraíba. A ideia é alertar os gestores para o problema e propor a formalização de acordos de não-persecução, ou seja, o MP se propõe a não ingressar criminalmente contra aos gestores, mas também eles se comprometem, no prazo específico de um ano, a não encaminhar os resíduos para lixões, adotando as soluções adequadas, de acordo com a realidade dos municípios”, explicou Seráphico.

Alguns prefeitos, embora estando pressionados a adotarem uma solução, parabenizaram o Ministério Público por chamá-los para o debate. Foi o caso do prefeito de Curral de Cima, um município com pouco mais de 5 mil habitantes, Antonio Ribeiro Sobrinho. “É um momento histórico e parabenizo o MP por tomar essa atitude. É um absurdo. Tem cidade que até lixo hospitalar despeja no lixão. Tem que acabar mesmo”, disse, acrescentando que está dialogando com os prefeitos de sua região para buscar a solução adequada, demonstrando sua disponibilidade de assinar o acordo de não-persecução penal.

A prefeita do Conde, Márcia Lucena, também parabenizou a iniciativa do Ministério Público, destacando que todos os municípios vivem uma situação difícil, mas que é preciso buscar uma solução para o problema e que os municípios do litoral sul estão discutindo a viabilidade de um consórcio.

paraibadebate

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Oleh